quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A Comadre Morte (II), pela Carolina

…O Homem era esperto, mas a Morte ainda era mais, pois não era? ...

A Morte, toda sorridente, levava o Homem, mas ele, pelo contrário, não sorria. Estava pasmado, nunca tinha visto um elevador tão grande! Entraram lá, as portas fecharam-se e o elevador começou a andar a alta velocidade.

As portas abriram-se, "e quem é que havia de imaginar como era o Céu ou até o Inferno?", pensou o Homem. Era tudo moderno, cheio de altas tecnologias (o que nem se imaginava existir naquela época). Mas o mais misterioso era uma figura humana com uma auréola na cabeça e uma túnica branca vestida. Eh! Era S. Pedro.

- Olá meu miserável, ouvi falar muito de ti.

- Ai foi? - Perguntou o Homem, cheio de medo.

- Claro. Agora só resta saber se queres ir para o Céu ou para o Inferno.

- Posso escolher?

- Já te disse que sim!

- Está bem, é óbvio que quero ir para o Céu.

- Como queiras.

O Homem entrou por uma porta que se abria sozinha, mas, como para ele havia muita coisa estranha ali, não se incomodou. Ele no início achou uma maravilha, toda a gente gostava dele e tinha tudo o que queria. É verdade que havia muita coisa boa, mas os dias eram monótonos. Ele começou a ficar maluco. Passar quinze anos a fazer sempre a mesma coisa é muito mau, como é lógico. Então ele fugiu do Céu, e foi pedir a S. Pedro para ir para o Inferno.

- Meu senhor! Meu senhor, ajude-me! Eu quero ir para o Inferno! – Suplicou o Homem, exausto.

-À vontade, vai lá.

O Homem foi, mas existia tanta maldade, tanta maldade, que voltou a fugir três anos depois.

- S. Pedro, meu querido amigo, eu quero voltar para o Céu! - exclamou o Homem, desesperado.

Mas para sua surpresa, encontrou a sua comadre a rir-se com S. Pedro.

- Hahaha! - Ria-se a Morte.

- O que estás aqui a fazer?

- Oh! Nada, vim só saber como estava a correr a minha partida.

- Partida? Mas que partida?

- Isto foi tudo uma lição, para que aprendesses a cumprir as tuas promessas.

No final, o Homem voltou para junto da sua família, e nunca mais faltou a uma promessa.

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