domingo, 27 de janeiro de 2013

A Comadre Morte (II), pela Jéssica

…O Homem era esperto, mas a Morte ainda era mais, pois não era? ...

A  Morte agarrou no Homem e levou-o para o Inferno. De seguida, o homem abriu os olhos e perguntou:

- Morte, o que estás a tentar fazer e onde estamos?

E a Morte respondeu:

- Vais conhecer os espíritos da Morte. Estamos agora a passar por cima do caldeirão da rendição.

O Homem não acreditou, mas mais adiante começou a avistar dois espíritos. O primeiro espírito parecia um limão, pois as suas visões eram azedas. Este mostrou-lhe que se não mudasse, no futuro a sua mulher ficaria sem casa, os filhos mais velhos morreriam e o filho bebé seria adotado por um casal de idosos, por engano. O segundo espírito parecia um remédio, porque o Homem ainda podia dar remédio ao presente, mas mostrou-lhe que devia apressar-se, pois a sua mulher já estava desempregada e a tragédia estava à espreita. 

O Homem, então, disse aos espíritos:

- Eu quero e vou mudar o presente e o futuro. Morte, dê-me mais uma oportunidade. Desta vez, se eu a enganar, você pode ficar com tudo o que é meu e ainda com a minha família!

A Morte, como sabia que ele acabaria por desrespeitar esta promessa, aceitou. Mas na altura em que isso aconteceu, a Morte, por artes mágicas, derreteu. A mãe não perdeu o emprego, os filhos crescido não morreram e o bebé sentou-se ao colo do pai. Deus bateu à porte e o Homem disse:

- Obrigado por me livrares da Morte.

Algum dia São Pedro também estará à espera de cada um de vocês.

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