Textos adaptados do portal WWW.JUNIOR.TE.PT
Há dois mil anos, os celtas habitavam a Inglaterra, a Irlanda, a França e a Península Ibérica. Estes povos costumavam comemorar o dia de Ano Novo a 1 de novembro. Para eles, era o fim do verão, das colheitas e o início dos invernos escuros, com tempestades e muito frio. Era nesta altura do ano que a população celta sofria mais mortes, devido ao tempo invernoso. Por isso, os druidas (os seus sacerdotes) acreditavam que a noite de 31 de outubro era uma espécie de abertura da passagem entre a vida e a morte. Assim, pensavam que nessa noite os fantasmas do mundo da morte andavam à solta na Terra em busca de alimento. Essa noite era chamada de Samhain.
Alguns séculos mais tarde, a influência do Cristianismo espalhou-se pelas terras celtas e, no início do século VII, o Papa Bonifácio IV designou o dia 1 de novembro como o Dia de Todos os Santos. No século X, a Igreja dedicou o dia 2 de novembro às almas, em memória de todos os falecidos, e esta data passou a ser conhecida como o Dia de Finados ou Dia dos Fiéis Defuntos.
Nos países anglo-saxónicos, comemora-se o Halloween no dia 31 de outubro. A palavra Halloween é uma abreviatura da expressão inglesa All Hallows Evening, que designa a Véspera de Todos os Santos.
Tradições
Com o tempo, o Dia de Todos os Santos, o Dia de Finados e o Halloween fundiram-se numa mesma festividade, mas cada povo tem tradições próprias para a celebrar.
Na Irlanda, nos Estados Unidos e no Canadá, o Haloween é uma festa muito popular. A tradição de dar doces, guloseimas e frutas veio dos duendes, que eram considerados maus pelos antigos celtas. Nessa noite, dizia-se que os duendes gostavam de pregar partidas aos humanos. Para evitar as suas maldades, as pessoas deixavam doces e frutas à porta das suas casas. É devido a esta crença que ainda hoje as crianças dos referidos países vão de porta em porta a recolher doces, repetindo a famosa frase “trick or treat?” (doçura ou travessura?). Para se protegerem dos fantasmas, as crianças mascaram-se e carregam lanternas feitas com uma abóbora escavada. Essas lanternas também se põem à porta de casa, para espantar os espíritos.
Desde há algum tempo, Portugal tem sido influenciado por muitas culturas estrangeiras e o Halloween passou a ser celebrado em escolas, clubes e até em centros comerciais, de acordo com as tradições norte-americanas. No entanto, o nosso país também tem as suas próprias tradições. Quais são elas, afinal? A mais conhecida, sobre a qual irás ler a seguir, chama-se “Pão por Deus”.
Pão por Deus
Segundo a tradição portuguesa, no Dia de Todos os Santos, é costume as crianças das aldeias saírem à rua, de manhã bem cedo, para pedir o "Pão por Deus". Passeiam assim por toda a povoação e, ao fim da manhã, voltam com os seus sacos de pano cheios de romãs, maçãs, doces, bolachas, rebuçados, chocolates, castanhas, nozes e, às vezes, até dinheiro! Nalgumas terras, os padrinhos oferecem um bolo aos seus afilhados. Este bolo chama-se Santoro.
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Antigamente muita gente pedia o “Pão por Deus”, por haver bastante pobreza e necessidade de pedir ajuda. As pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida) e, quando chegavam os pobres, entravam e comiam à vontade e à saída ainda lhes era dada mais alguma coisa. Hoje já só pedem as crianças para não se perder a tradição. E mesmo assim, só nas terras mais pequenas.
Antigamente muita gente pedia o “Pão por Deus”, por haver bastante pobreza e necessidade de pedir ajuda. As pessoas punham as mesas com o que tinham em casa (comida e bebida) e, quando chegavam os pobres, entravam e comiam à vontade e à saída ainda lhes era dada mais alguma coisa. Hoje já só pedem as crianças para não se perder a tradição. E mesmo assim, só nas terras mais pequenas.
No dia 1 de novembro, é também uma tradição portuguesa ir ao cemitério visitar as campas dos familiares falecidos, onde se colocam flores e se dizem orações pela alma dos mortos.
Cantilenas Populares
Ao pedir o “Pão por Deus”, cantam-se as seguintes cantilenas de porta em porta:
Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no saco,
Andai com Deus.
Ou então:
Bolinhos e bolinhós
Para mim e para vós
Para dar aos finados
Que estão mortos, enterrados
À porta daquela cruz
Truz! Truz! Truz!
A senhora que está lá dentro
Assentada num banquinho
Faz favor de se alevantar
Pra vir dar um tostãozinho.
Quando os donos da casa dão alguma coisa:
Esta casa cheira a broa
Aqui mora gente boa.
Esta casa cheira a vinho
Aqui mora algum santinho.
Quando os donos da casa não dão nada:
Esta casa cheira a alho
Aqui mora um espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defunto.
Desejo a todos um bom feriado
e peço-vos que, neste dia, recordem e acarinhem as tradições portuguesas!
Um abraço,
Prof. de Português
Desejo a todos um bom feriado
e peço-vos que, neste dia, recordem e acarinhem as tradições portuguesas!
Um abraço,
Prof. de Português
2 comentários:
Gostei muito do que li, das ilustrações e das cantilenas populares também.
Profª Fernanda Ribeiro
A que eu mais gostei foi:
Esta casa cheira a alho
Aqui mora algum espantalho
Esta casa cheira a unto
Aqui mora algum defundu
Fabio correia 6ª ano
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